Marco Janciauskas é skatista, com boné revirado, a atitude underground, estudante e rio-pardense.
As características revolucionárias de Marco não são soberanas a sua habilidade com o skate. Foi no Skate que o adolescente, de 17 anos, se revoltou com o serviço público abandonado pela Prefeitura de São José do Rio Pardo – ainda que este jornalista não tenha chegado ao ponto-chave, a leitura se refere, além das queixas de Marco e também seus colegas, à Pista de Skate localizada atrás do Departamento de Esporte e Cultura.
Prometi ao garoto que dividiríamos esta reportagem em três partes – logo, a primeira conversa foi promissora!
Inicia-se, 6 de novembro:
Gabriel: – Marco, fale sobre a pista?
Resposta que perturba e revela um rosto mais sério:
Marco: – Bom, sempre está suja e cheia de buracos. Os skatistas já tentaram tampar, porém, para cada buraco tampado, dois aparecem no lugar.
Embora o rapaz estivesse mais agitado com a possibilidade de expor pensamentos daquilo que cerceava o lazer próprio, não poupou esforços para mencionar que os amigos fizeram de tudo para melhorar o ambiente nas imediações do centro esportivo. No passado, reclamava alguns munícipes, não havia iluminação adequada para circulação de skatistas no período noturno no espaço. Hoje, segundo Marco, o poste de luz colocado não é o suficiente; em um tom mais moderado:
– Gabriel, é uma luz bem fraca que fica apagando do nada. A gente (Marco e amigos) chega às 15 e consegue ficar até as 17:30, porque anoitece e não podemos andar por não enxergar os obstáculos na pista.
A história que interessa a um repórter; prosseguimos e – neste momento, o diálogo passava da realidade para o virtual (Whatsapp); nenhum adolescente quer ser impedido de ser livre, os jovens, como de costume após o cair da noite, se dirigem à praça da Matriz – lá tem lâmpadas por todos os lados. Mas há um impasse, o padre os proibiu de utilizar a passarela de entrada da igreja para realizar manobras radicais.
Marco: – “O padre justifica que estamos quebrando o piso da matriz, mas não é isso, não somos nós.”
Assim, quando eu e Marco Janciauskas ainda discutíamos – ora, já eram 4 da madrugada e, com mais uma pergunta, era notório que o sono se consolidava mais presente. Então, lembrei ao adolescente que iria continuar este assunto através de uma segunda reportagem – nossa, as informações são avassaladoras. Então, desenvolvendo a questão pelos ínfimos barulhos dos botões do teclado, resolvi: – E aí, Marco, sabe datar quanto tempo a pista não é reformada?
Marco: – Não. Já solicitamos, mas nunca vieram.
Em alguns minutos, acredito ter obtido a entrevista e o relatório possíveis, o Whatsapp decretou o personagem da tela oposta em modo offline. Marco dormiu. Eu, quase. Pensava no texto, e, agora, para pensar em comunicar e procurar o motivo e a resolução dada pelos órgãos públicos. Alguém terá que bater o martelo!
Eu sou seu jornalista de sempre, Gabriel Fécchio!